O pulmão (esquecido) de Odivelas                                                           

2022.03.13

O pulmão (esquecido) de Odivelas

Num período de empolgamento com o novo Parque da Cidade, que irá nascer nos terrenos contíguos ao Mosteiro de Odivelas, constatamos o abandono e a degradação daquele que, verdadeiramente, é o pulmão de Odivelas: o Pinhal da Paiã.

Importa salientar que, enquanto o projeto para o Parque da Cidade tem uma área prevista de 8 hectares, o Pinhal da Paiã tem uma área disponível superior a 25 hectares, 3 vezes superior à área prevista do parque projetado para o centro de Odivelas.

O Pinhal da Paiã está, e tem estado, sob controlo municipal sem que precise de obras megalómanas ou verbas significativas para suportar a sua abertura e manutenção, disponibilizando esta área verde à população odivelense. Mas a realidade é diferente e este pinhal tem estado encerrado num período em que, face ao contexto pandémico, mais se exigia a disponibilização de espaços ao ar livre para que os odivelenses pudessem fazer os seus passeios ou atividades físicas em segurança e em cumprimento de regras sanitárias.

À data em que escrevo este texto e após a moção para a abertura do Parque do Pinhal da Paiã, apresentada pela Iniciativa Liberal em Assembleia Municipal de 24/Fev e que foi aprovada por unanimidade, verifica-se que este parque já se encontra aberto e em condições mínimas de ser utilizado. Não posso deixar de referir o cumprimento do que foi afirmado pela bancada do Partido Socialista, que nessa Assembleia anunciou a reabertura deste Parque para o dia 8 de Março, facto pelo qual congratulo a concretização desse compromisso. Mas há muito mais a fazer!

Quais são, então, as possibilidades para este Parque?

No imediato, a limpeza do mato excedente nas zonas de circulação e percursos já demarcados, a contínua limpeza dos espaços de utilização existentes, a colocação de caixotes de lixo e a disponibilidade das casas de banho em condições de higiene são intervenções relativamente simples que permitem assegurar a disponibilidade deste espaço para um passeio familiar ou a realização de uma atividade física num espaço verde com condições mínimas para o efeito.

Para além do referido, são várias as opções que podemos equacionar, mas, recuperando algumas das propostas programáticas da Iniciativa Liberal no seu programa autárquico, as perspetivas para este “pulmão de Odivelas” passam por:

  • Assegurar a contínua higiene e segurança do espaço
  • Criação de novos trilhos que permitam mitigar a inclinação do terreno, aumentando a distância pedonal utilizável
  • Criação de parques infantis
  • Passadiço superior pedonal com ligação ao Campo de jogos do Centro Escolar Republicano Tenente Valdez
  • Criação de parques caninos
  • Ordenamento do estacionamento já existente à entrada do Parque
  • Reabertura do espaço de restauração, considerando a colocação de uma esplanada
  • Alargamento da área disponível de Parque considerando o terreno adjacente aos Bombeiros Voluntários da Pontinha, aí aumentando a área arborizada com espécies autóctones
  • Melhoria dos acessos pedonais e criação de vias cicláveis provenientes do centro da Pontinha, Bairro Novo de Santo Eloy, Urmeira, Quinta do Pinheiro, Bairro da Milharada, Patameiras e Colinas do Cruzeiro, entre outros

Todas estas medidas, com exceção da intervenção nos acessos pedonais e criação de vias cicláveis, são de fácil implementação e não comportam esforços financeiros significativos, tendo em conta o peso destas despesas num orçamento municipal que, para 2022, já supera os 130 milhões de Euros.

No caso da abertura de um espaço de restauração, estou em crer que, com uma envolvência apelativa, não faltariam interessados em ali fixar-se e promover um negócio que melhoraria a oferta naquele local e zelaria pela sua manutenção.

A melhoria dos caminhos pedonais e a criação de ciclovias podem, e devem, ser equacionados no curto-médio prazo, obedecendo a uma planificação e correspondente dotação orçamental, mas não parece haver dúvidas das vantagens resultantes desta medida, desde logo, com ganhos em saúde pública e melhoria da qualidade de vida da população odivelense, entre outros.

Vamos aproveitar o que temos! Vamos otimizar os recursos disponíveis e, por isso, é fundamental que o Parque do Pinhal da Paiã se mantenha à disposição da população, com a dignidade e manutenção que merece, aumentando a área verde disponível e equipamentos de apoio e ordenando a sua envolvência para que esteja acessível a toda a população de Odivelas.

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