Marco Rosa

Membro IL Odivelas

 

 

A Mão Invisível e o Braço do Estado

2023.12.01

 

Libertino, ao observar a vida em Socialândia constatou com surpresa e desagrado que um Governo que tudo tributava, e na vida de quem lá vivia se intrometia, facilmente poderia manietar as vontades e aos poucos a liberdade condicionar.

 

Num arquipélago, repousam duas ilhas, Libéria e Socialândia, cada uma abraçando fervorosamente uma ideologia. Libéria, a ilha liberal, com um comércio efervescente, onde a mão invisível do mercado é regente. Socialândia, a ilha socialista transvestida de social democracia, onde o Estado detém as rédeas, e promete igualdade e prosperidade.

Em Libéria, as marés oscilantes do mercado sobem e descem, esculpindo a ilha num ritmo ajustado à vontade das suas gentes, ainda que permeável a injustiças, estas são gradualmente atenuadas pela ação livre dos que lá vivem.

Um jovem de Libéria, de seu nome Libertino, resolveu testemunhar a promessa ideológica vivida na ilha vizinha. Nutrido por uma fé quase lírica, imaginava que poderia moldar Libéria à imagem da promessa da ilha vizinha. Porém, a promessa, tão sugestiva e perfeita, colidia com a realidade. A retórica, embora cativante a ressoar os anseios do povo, revelava-se, na prática, mais como um eco distante de uma fantasia, do que algo almejável.

Libertino, ao observar a vida em Socialândia constatou com surpresa e desagrado que um Governo que tudo tributava, e na vida de quem lá vivia se intrometia, facilmente poderia manietar as vontades e aos poucos a liberdade condicionar.

Numa das suas visitas a Socialândia, Libertino encontrou um velho Lobo do Mar, habitante de Libéria. Com um sorriso, comentava: “Oh, Libertino, na nossa ilha, não dependemos de um Estado gigante e controlador, que dita o que queremos para as nossas vidas. Aqui, a liberdade é um bem precioso. Manobras ardilosas também se manifestam, contudo, revelam-se mais difíceis de se efetivar, o nosso sistema liberal, embora não isento de imperfeições, possui o mérito de se aprimorar pela ação de cada um de nós. A liberdade de escolher e agir, é fundamental para se progredir.”

Desencantado, Libertino percebeu que embora Socialândia prometesse um mar calmo de igualdade e prosperidade, acabava por gerar maremotos, sob as promessas do mar sereno. Libertino aprendeu que, apesar do liberalismo não ser um oceano calmo e perfeito, oferece um ambiente onde a diversidade de ideias e a liberdade individual podem prosperar, permitindo que as pessoas persigam os seus próprios caminhos.

Segundo o sábio Lobo do Mar, nenhuma ideologia é totalmente isenta de falhas, mas algumas são mais suscetíveis a elas. Com um sorriso, o Lobo do Mar concluiu: “Às vezes, é melhor deixar a mão invisível trabalhar, do que no braço do Estado demasiado confiar.”

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