Marco Rosa

2024.03.13

 

A Verdadeira Face do Individualismo no Liberalismo

É comum, no discurso da “Esquerda”, recorrer-se a uma tática retórica destinada a colocar o Liberalismo em descrédito, rotulando os liberais de egoístas pela sua valorização do individualismo. Esta crítica, no entanto, assenta numa falácia e numa retórica intencionalmente elaborada para iludir, distorcendo a verdadeira essência do individualismo liberal. Ao contrário do que a “Esquerda” sugere, o individualismo, tal como é concebido na tradição liberal, realça a singularidade e a liberdade de cada pessoa como fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade próspera e equilibrada.

Numa perspetiva liberal, o individualismo distingue-se por não se concentrar na própria pessoa, mas sim nas características únicas de cada indivíduo. Esta visão sublinha a importância de reconhecer e valorizar a diversidade de talentos, preferências e capacidades individuais, contribuindo para a sociedade. Contrariamente à ideia de que o individualismo possa ser interpretado como egoísmo, na ótica liberal, defende-se que a sociedade beneficia quando os indivíduos têm liberdade para expressar as suas singularidades e contribuir de acordo com as suas aptidões e interesses.

Assim, o individualismo, dentro da tradição liberal, não visa o benefício ou a promoção do próprio sujeito que advoga estes princípios, mas acredita que uma sociedade prospera quando cada pessoa é livre para desenvolver e aplicar as suas características individuais de forma independente. Esta perspetiva não implica egoísmo, mas um reconhecimento de que a autonomia de cada um e a diversidade são essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade rica, dinâmica e inovadora. Portanto, longe de ser uma manifestação de egoísmo, o individualismo liberal é considerado um meio para alcançar uma sociedade mais harmoniosa e próspera, onde a liberdade individual é a pedra angular para a cooperação voluntária e para a inovação.

Concluo salientando que a solidariedade não constitui, de modo algum, uma prerrogativa do coletivismo, como tantas vezes é sugerido pelos defensores de ideologias coletivistas, a exemplo do socialismo. Em contrapartida a esta conceção, a solidariedade revela-se, de facto, uma faceta individual, conforme preconizado pelo liberalismo. Esta premissa sublinha que uma sociedade se engrandece em solidariedade não pela imposição de valores coletivos, mas através da promoção de pessoas solidárias no seu interior. O liberalismo defende que, quando as pessoas são livres para pautar as suas ações pelos seus valores e crenças pessoais, a solidariedade floresce espontaneamente, refletindo a compaixão e a empatia inatas, e não como uma diretiva imposta por uma autoridade central. Deste modo, uma sociedade manifesta uma solidariedade autêntica quando os seus membros, impulsionados por um desejo sincero de auxílio mútuo, contribuem voluntariamente para o bem comum, evidenciando assim que a verdadeira solidariedade brota da liberdade e da singularidade de cada pessoa.

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